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Pós-Graduação Stricto Sensu em Saúde Indígena
Sobre a Aula

O contato com os colonizadores europeus trouxe consequências devastadoras para a saúde indígena. Epidemias de varíola, sarampo, gripe e tuberculose dizimaram mais de 90% da população indígena nas Américas, com impacto não apenas demográfico, mas também social e cultural, pela perda de lideranças e conhecimentos tradicionais.

A expropriação dos territórios indígenas comprometeu a segurança alimentar e o acesso a plantas medicinais e recursos terapêuticos tradicionais. Para esses povos, a terra não é apenas um espaço físico, mas elemento essencial para saúde e equilíbrio espiritual.

Historicamente, as práticas tradicionais indígenas foram marginalizadas e desvalorizadas. Pajés, curandeiros e parteiras foram perseguidos, e seus conhecimentos frequentemente tratados como superstição. Esta desvalorização gerou perda gradual de conhecimentos essenciais para a saúde das comunidades.

A globalização intensificou alguns desses problemas e trouxe novos desafios. A introdução de padrões ocidentais de alimentação resultou no aumento de doenças como obesidade, hipertensão e diabetes. A exploração econômica dos territórios indígenas (agronegócio, mineração, madeira) causou contaminação ambiental e destruição de áreas sagradas. O enfraquecimento das estruturas comunitárias e a perda de identidade cultural têm impactado a saúde mental, aumentando casos de depressão e suicídio entre jovens indígenas.

Apesar dos desafios, os povos indígenas demonstram notável capacidade de resistência. Muitas comunidades estão retomando práticas culturais e fortalecendo sistemas tradicionais de saúde através de educação bilíngue, recuperação do uso de plantas medicinais e luta pela demarcação de terras. As políticas de saúde indígena devem ser construídas de maneira participativa, respeitando a diversidade cultural e garantindo autonomia sobre seus próprios processos de cuidado.

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