A antropologia oferece métodos essenciais para compreender as perspectivas indígenas sobre saúde e doença, permitindo políticas e práticas de atendimento mais respeitosas e eficazes. A pesquisa etnográfica, principal método antropológico, envolve imersão prolongada na comunidade estudada para compreender suas práticas, crenças e modos de vida a partir da própria perspectiva do grupo.

Outro método importante são as entrevistas etnográficas, que permitem aos indígenas expressar suas percepções sobre saúde, doença e os desafios no acesso aos serviços médicos. As narrativas de vida complementam este processo, ajudando a entender como a saúde se insere na trajetória individual e coletiva.

A observação participante permite ao pesquisador acompanhar diretamente as práticas da comunidade, participando de rituais de cura, aprendendo sobre plantas medicinais ou observando a dinâmica nos postos de saúde. Esta abordagem evita interpretações equivocadas baseadas apenas em relatos ou documentos escritos.

Os métodos antropológicos podem ser aplicados diretamente na construção de políticas públicas e programas de saúde mais eficazes. Eles ajudam a identificar dificuldades no acesso ao atendimento médico e a desenvolver programas de capacitação para profissionais que atuam com populações indígenas.

A ética na pesquisa é fundamental, garantindo que os estudos respeitem a autonomia das comunidades, obtenham consentimento adequado e resultem em benefícios concretos para as populações indígenas. A participação indígena no processo de pesquisa deve ser assegurada, com resultados compartilhados e utilizados em benefício das próprias comunidades.